domingo, 13 de janeiro de 2013

A barca.


Foi numa noite em que achei que fosse ver o meu amor passar, enquanto corria a barca.

Foram três as cervas, quentes, não chegaram ao seu fim. E a noite veio vindo, pessoas vinham vindo, conversas vinham vindo e a barca continuava a passar. Ligações para saber como chegaria em casa, caso o meu amor não viesse. Esperei sozinha no pátio, fui até o portão e a barca continua, só, somente só, quando fosse me chamar, assim iria me ver. Mas logo, três estranhas, contudo engraçadas figuras, com codinomes engraçados: D.A., Anonimus e Seco. Recebi a proposta, de tomar um chá de às 4:20, perto de às 23:00, na área de serviço de D.A., mantive uma indecisão, mas a vontade de tomar um chá, que a muito não tomava, me foi maior. Chegando na roda da ciranda, foram apenas duas voltas, uma parada para ir ao banheiro , antes da retirada, deixei o copo de água do Seco, seco, estava apressada demais para processar outro copo se enchendo, a água do rio estava com sua correnteza quase sem fluxo, além do mais, precisava estar só, somente só, quando viessem me chamar e acalmei meu coração inquieto para onde ele queria estar e assim foi. No pátio encontrei um guaxinim, triste, chateado e sozinho, mas ele não queria estar só, por isso sua chateação.  O Anonimus e o Seco desceram pouco depois, Anonimus se despediu e partiu em retirada, Seco disse que queria fazer companhia ao guaxinim chateado, também e foi logo puxando assunto. Percebi uma coisa, o guaxinim, neste dia resmungam, realmente queria ficar sozinho, decidi respeitar seu momento.  Nossa já eram 23:10, perguntei ao Seco se ele poderia me levar até a esquina, em frente a uma universidade. Na despedida dei com a mão, mas ele não queria apenas minha mão e veio para se despedir com beijo no rosto, pela gentileza em ter me levado demonstrando preocupação com minha volta, aceitei seu beijo no rosto em seguida ele foi invasivo e tentou dar-me um beijo nos lábios. Afastei-me e questionei o ato, ele sem muita massa cefálica e com papo desgostoso à minha consciência, informei-lhe que o conhecimento que ele gostaria de ter comigo, eu já havia demonstrado e não estaria disposta a modifica-lo nem a aumenta-lo lhe entreguei meu caminhar de costas ainda ouvindo a sua voz a me chamar. Só...somente só...quero me encontrar...até a barca passar...até...O MEU AMOR...me chamar!

Rebeca Pereira.

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