Foi
numa noite em que achei que fosse ver o meu amor passar, enquanto corria a
barca.
Foram três as cervas, quentes, não chegaram ao seu fim. E a noite veio vindo,
pessoas vinham vindo, conversas vinham vindo e a barca continuava a passar.
Ligações para saber como chegaria em casa, caso o meu amor não viesse. Esperei
sozinha no pátio, fui até o portão e a barca continua, só, somente só, quando
fosse me chamar, assim iria me ver. Mas logo, três estranhas, contudo engraçadas figuras, com codinomes
engraçados: D.A., Anonimus e Seco. Recebi a proposta, de tomar um chá de às
4:20, perto de às 23:00, na área de serviço de D.A., mantive uma indecisão, mas
a vontade de tomar um chá, que a muito não tomava, me foi maior. Chegando na
roda da ciranda, foram apenas duas voltas, uma parada para ir ao banheiro ,
antes da retirada, deixei o copo de água do Seco, seco, estava apressada demais
para processar outro copo se enchendo, a água do rio estava com sua correnteza
quase sem fluxo, além do mais, precisava estar só, somente só, quando viessem
me chamar e acalmei meu coração inquieto para onde ele queria estar e assim
foi. No pátio encontrei um guaxinim, triste, chateado e sozinho, mas ele não
queria estar só, por isso sua chateação. O Anonimus e o Seco desceram pouco depois,
Anonimus se despediu e partiu em retirada, Seco disse que queria fazer
companhia ao guaxinim chateado, também e foi logo puxando assunto. Percebi uma
coisa, o guaxinim, neste dia resmungam, realmente queria ficar sozinho, decidi
respeitar seu momento. Nossa já eram
23:10, perguntei ao Seco se ele poderia me levar até a esquina, em frente a uma
universidade. Na despedida dei com a mão, mas ele não queria apenas minha mão e
veio para se despedir com beijo no rosto, pela gentileza em ter me levado
demonstrando preocupação com minha volta, aceitei seu beijo no rosto em seguida
ele foi invasivo e tentou dar-me um beijo nos lábios. Afastei-me e questionei o
ato, ele sem muita massa cefálica e com papo desgostoso à minha consciência,
informei-lhe que o conhecimento que ele gostaria de ter comigo, eu já havia
demonstrado e não estaria disposta a modifica-lo nem a aumenta-lo lhe entreguei
meu caminhar de costas ainda ouvindo a sua voz a me chamar. Só...somente só...quero me encontrar...até a barca passar...até...O MEU AMOR...me chamar!
Rebeca Pereira.
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